Carybé
produziu muitas imagens sobre Bahia, sendo algumas sobre a prática da capoeira,
mas também escreveu sobre ela e seus questionamentos como, por exemplo, sobre sua origem: a capoeira seria brasileira ou africana?
Para
ele tiveram vindo nos navios negreiros negros de angola, capoeiristas que
usavam como arma os pés e a cabeça de forma hábil, deixando o uso das mãos para
um segundo plano. Ao contrário do europeu que quase somente usavam as mãos. Carybé leva o leitor a considerar tal habilidade o motivo da repressão sofrida por negros capoeiras e que foi empregada a prática em diferentes momentos: nos engenhos coloniais, durante a
formação imperial e após a proclamação do republica no Brasil. Seria ainda, tal
repressão dissimulada pelos negros que disfarçavam a luta (capoeira) com pantomimas
(se exprimindo por meio de gestos) e mímicas acompanhadas por música.
Talvez
algumas questões acima possam ser questionadas por pesquisas mais recentes e densas.
Carybé, no entanto, faz uma magnífica descrição dos procedimentos seguidos nas
rodas da década de 1950; lembra de mestres da época; mostra uma forte ligação
de capoeiras com religião; escreve sobre os instrumentos, toques e cantos, além
da grande contribuição da Bahia (recôncavo) para a capoeira.
Vale
a pena conhecer!
Coleção
Recôncavo, n. 03 com o título de "Jogo da Capoeira", de 1951.
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