Nesta postagem vamos
explorar o olhar de uma dançarina sobre a Capoeira, ou melhor, sobre o que se dizia da Capoeira na década de
1950. Prática na qual, segunda ela, teria uma coreografia e seus movimentos são
tidos como “passos”.
A Autora.
Felícitas Barreto, alemã natural de Colônia, nasceu em 1910, veio para
Brasil ainda muito jovem depois do termino da Segunda Guerra Mundial, quando
pai havia perdido o emprego de engenheiro industrial. A família se instalou em Niterói.
Dedicou grande parte de sua a vida à dança: começou na Escola de Bailados com
Maria Olenewa e Ricardo Nemanoff. Apresentou-se no Teatro Municipal, na temporada
de 1943. Em 1946, cria seu Ballet Folclórico Nacional, apresentando-se no
Teatro João Caetano as coreografias: Tabu, Raio de Lua, Macumba, Casamento de
Zumbi, Feitiço e Yamanjá. Sendo que a última, chocou o público e teve problemas
com a censura, pois dançou rodeada por negros, nua da cintura para cima. Felícitas
ainda trabalho em filmes e peças de teatro. Em 1958 lança a obra Danças do
Brasil.
A Obra.
Pelas mãos de Felicitas Barreto
foi lançado em 1958 à primeira edição
de Danças do Brasil.
Parafraseando a autora, “o livro é o resumo da fabulosa riqueza coreográfica que
possui o Brasil”, nele foram catalogadas inúmeras manifestações de danças, exigindo
grande esforço de pesquisa, tendo que viver na floresta entre índios e viver mais
próxima do povo que conheceu nas suas viagens pelo interior do Brasil. Sendo assim,
na primeira parte da obra encontramos somente danças indígenas e na segunda,
folclore de todo o Brasil. È ai que encontramos um tópico que nos interessa:
Capoeira.
Nesta
parte, a autora a capoeira foi introduzida no Brasil, no século XVI, por
negros Angola e Bantus. Uma luta que usaria pouco as mãos e muito as pernas
e a cabeça, o que na obra se entende como algo de grande vantagem diante dos
colonizadores europeus, desacostumados nessa forma de combate. E isso,
explicaria, de certa forma. as proibições da prática durante o tempo. Bem,
seriam, então, os negros astutos e encontram uma solução: “disfarçaram a
capoeira como antes haviam disfarçado a sua religião, colocando nas lutas de
capoeiras pantomimas, mímicas e danças acompanhadas de músicas.”.Ficando
assim a sua definição de Capoeira:
“ A capoeira é um combate
esportivo numa dança.”
Trata assim, a capoeira como
dança e, desta forma, menciona os trajes usados, os instrumentos de música, a
coreografia e seus passos. Acredito que o mais interessante nesta última parte,
se refere a coreografia, pois nos dá uma visão mais plástica: O “preceiro”
guando os capoeiras ficam de cócoras diante do berimbau para fazerem suas rezas
e pedidos de proteção contra facas e golpes; os toque do berimbau e a forma de “dançar”
diante dos diferentes ritmos (São Bento grande luta ligeira, baguela jogo lento
com uso de peixeira, ...); e por fim, os passos (movimentos) como raspa, rasteira,
tesoura entre outros.
Vale a pena conhecer:
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